O sertão está em toda parte: o sertão-mundo rosiano na adaptação fílmica de Abril Despedaçado

No romance Abril despedaçado (Prilli i Thyer), Ismail Kadaré narra os últimos dias de vida Gjorg Berisha, jurado morte pelo Kanun, código honra da região, em lúgubres descrições do gélido deserto albanês que se misturam às reflexões e sentimentos personagem. A adaptação fílmica mesmo título, dirigida por Walter Salles com roteiro adaptado Karim Aïnouz, sua vez, transpõe a história para o sertão nordestino brasileiro, acompanhando jovem Tonho seu rumo à certa, desta vez cego sol, não pela neve. Em ambas as obras, está presente denominado sertão-mundo, conceito derivado obra Guimarães Rosa, especial Grande sertão: veredas (1956). Esta característica, destacada desde publicação nas discussões sobre (trans)regionalismo uso espaço tempo autor (LORENZ, 1991; LEONEL; SEGATTO, 2009; HOISEL, 2014), é discutida aqui, portanto, relação transposição albanesa nordestino. Neste artigo, buscamos estabelecer relações tanto entre adaptação, mas ambos reflexão recorrente na rosiana dentro nós.